terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

EVM, quando e como?

É uma questão que me coloco há algum tempo. Como docente de Gestão de Projecto, transmiti ao mesmo formandos a relevância do rigor do SPI, CPI e outros indicadores fornecidos pelo Earned Value Management. Como gestora de projectos na área das tecnologias de informação (TI) em empresas não TI, confesso que não consegui aplicar este método a não ser em casos que chamaria de laboratório (por terem sido experiências sem efeitos práticos para além da equipa de gestão de projecto). A venda do método EVM junto dos sponsors de projectos TI, quando as TI não são o core business, não é fácil quando implica rever/implementar processos de recolha de informação no terreno (e.g. Time-sheets ) e aumentar o peso da gestão para validação e tratamento dos dados . Na maioria dos casos, os tradicionais relatórios de progresso e controlo de orçamento servem perfeitamente. Dados os problemas de implementação que coloca o EVM, sou levada a concordar.
Será possível identificar critérios (e.g. industria, maturidade da organização, dimensão do projecto) que definam os projectos onde EVM deve ser “imposto”?

4 comentários:

Bruno Fernandes disse...

Um dos indicadores é claramente a maturidade da organização. Conheço duas empresas a usar o EVM, uma na área da banca e outra na área TI e claramente são empresas bastante maduras no processo de gestão de projecto. Alías ambas são certificadas em CMMI, uma delas chega mesmo ao nível 5.

José Luis Ferreira, PMP disse...

Concordo, parcialmente...
Porque, se esta é a lógica, em que nível da Maturidade em Gestão de Projectos (OPM3) deveria aparacer a referência a EVM?
Ou seja, se apenas empresas maduras em GP, com CMMI 5 (há empresas que não trabalham em sistemas de informação...) conseguem implemnentar EVM...de que modo pode fazer parte da referência de controlo de Projectos em frameworks de referência?

Paulo Silva disse...

Na minha opinião, o EVM é mais uma ferramenta que pode ajudar o Gestor de Projectos a tomar decisões. Há outras mais simples, nomeadamente o mapa/matriz de milestones (muito mais útil para o cliente do que os indicadores do EVM), ainda por cima porque o SPI num projecto é bastante inútil. Tal como está definido no PMBoK, todos os projectos (com atrasos ou não) terminam com SPI=1. Em vez do SPI acredito que o Earned Schedule poderá ser mais útil.

Creio que por isso deve-se usar EVM, tendo consciência que não é a única ferramenta que o Gestor de Projecto deve utilizar e identificar junto do cliente quais são as métricas que este deseja obter. Mesmo para clientes com uma organização madura em Gestão de Projectos, os indicadores do EVM não lhe dizem tudo.

Bruno Fernandes disse...

Realmente o mais tradicional é a análise de desvios, quer em relação ao tempo, quer em relação ao custo

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