sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Um projecto não é uma ilha

Os projectos não são ilhas isoladas do mundo, e um bom gestor de projecto sabe isto. Recentemente foi-me atribuído um projecto de upgrade de um ESB (Enterprise Service BUS) numa grande empresa em Portugal. Um ESB tem por objectivo coordenar os processos de negócio que são suportados por várias aplicações tornando a comunicação mais homogénea do ponto de vista tecnológico e reduzindo a complexidade das comunicações. O problema destes sistemas é que ao fim de algum tempo tornam-se críticos, quase todos os processos vitais passam por eles. Um upgrade neste tipo de sistema tem que compreender os impactos que pode ter nos sistemas que com ele ligam e nos projectos a iniciar e a decorrer sobre ele. Gerir um projecto desta natureza sem compreender os impactos em tudo o que lhe rodeia é condenar o projecto ao fracasso. Temos que identificar projectos e aplicações que podem ser afectadas, depois identificar pessoas para as colocar no plano de comunicação e para que o plano de comunicação leve a informação necessária para que todos compreendam atempadamente os impactos que o projecto poderá ter.

2 comentários:

José Luis Ferreira, PMP disse...

Concordo que um projecto não é uma ilha. Embora a Austrália seja uma ilha…No conceito em que é colocada a questão, porém, em particular pelo projecto em causa, isolar o projecto é uma alegre caminhada para o suicídio.
Coloca-se, porém uma questão, que já muitas vezes vi discutida: ao gestor de projecto, para poder incluir (não isolar) todos os intervenientes no projecto (os stakeholders) , é muitas vezes exigido conhecimento técnico sobre a área de produto. Não lhe basta, segundo muitas vozes críticas, ser um profissional da gestão de projectos, conhecer as metodologias, ou mesmo ter uma certificação profissional, por mais reconhecida que esta seja. É necessário ser tecnicamente capaz, na área ou tecnologia de realização do projecto que gere. Outros argumentam que, pelo contrário, o gestor de projecto deve abster-se de intervir para lá do que é o seu papel: gerir o projecto. Sendo assim, até será mais positivo que não detenha especial conhecimento sobre o produto do seu projecto. Evita, entre outras coisas, a promoção de bons técnicos a maus gestores (já agora, de projecto ou de outras funções).
Alguém, já muito experiente na área de levar ao sucesso projectos em áreas de negócio das quais nada conhecia à partida, me confidenciou: no início, todo era estranho, até o discurso dos stakeholders, mas no final, o negócio estava todo do meu lado.
A questão, afinal, é: o gestor de projecto, é uma ilha? Ou tem de se insinuar entre a equipa e os demais interessados no projecto, para o ganhar?

Bruno Fernandes disse...

Quando temos que definir a abordagem ao projecto, como por exemplo o seu faseamento, os skills necessários, os riscos a mitigar, o conhecimento técnico é muito importante, até o PMI advoga que conhecimento técnico não é obrigatório mas ajuda muito. Logo, esse conhecimento técnico ou está connosco ou temos alguém para nos complementar.

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